Cirurgia de Tumores do Aparelho Digestivo

Os tumores podem ocorrer em qualquer órgão do aparelho digestivo, sendo na grande maioria das vezes de tratamento cirúrgico, que consiste na retirada de todo o órgão ou de parte dele, associado a uma reconstrução ou substituição do órgão retirado para restabelecer a função perdida, em certos casos. Os tumores podem ser benignos, pré-malignos e malignos, estes últimos também chamados de câncer. Alguns casos podem necessitar de tratamentos complementares com quimioterapia ou radioterapia, antes ou após a cirurgia.

Os tumores mais comuns do aparelho digestivo são do intestino grosso, reto e estômago, mas podem ocorrer no fígado, pâncreas, esôfago, vesícula biliar, baço, ou seja, em qualquer órgão abdominal.

A prevenção é o mais importante, quando lidamos com os tumores e os exames de rastreamento podem detectar lesões em fases iniciais, aumentando bastante as chances de cura. Os tumores do aparelho digestivo, quando diagnosticados em fases avançadas, apresentam índices de cura muito mais restritos. Quando os tumores são diagnosticados precocemente ou ainda como lesões pré-malignas, o tratamento pode ser feito por via endoscópica, sem necessidade de cirurgia convencional.

Exames comuns como endoscopia digestiva alta, colonoscopia ou ultrassonografia são capazes de detectar boa parte dos tumores do aparelho digestivo e o médico especialista saberá indicar a melhor forma de prevenção ou de tratamento para cada caso.            

A localização dos tumores no aparelho digestivo varia de acordo com sexo, idade, etnia e região onde a pessoa vive. Em geral, no Brasil, os homens sofrem mais com câncer no estômago, no cólon (intestino grosso), no reto, na boca e no esôfago. Nas mulheres, os tumores do aparelho digestivo mais comuns são no cólon e no reto. Inclusive, o câncer colorretal é o terceiro mais frequente no mundo e o segundo em países desenvolvidos, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer.

Como é a cirurgia para os tumores do aparelho digestivo?

A cirurgia nos tumores do aparelho digestivo tem peculiaridades específicas de acordo com o tipo de lesão, localização e grau de avanço do tumor. Procedimentos cirúrgicos podem ser realizados para o diagnóstico e estadiamento, tratamento curativo, alívio de sintomas ou paliação, por exemplo.

Quando um tumor é diagnosticado em estágios iniciais, as opções de tratamento são muito melhores para o paciente, porque permite uma cirurgia curativa, com grandes chances de poder ser realizada por técnicas minimamente invasivas ou até mesmo por endoscopia.           

Um fator importante nas cirurgias oncológicas (cirurgia do câncer) é a retirada dos gânglios ou linfonodos, que chamamos de linfadenectomia, o que otimiza o tratamento e melhora as chances de cura e sobrevida. A cirurgia para remoção de metástases também é uma realidade no tratamento do câncer, sendo indicada em casos mais selecionados, em determinados tumores e locais de metástases específicos.           

A cirurgia pode ser o único tratamento para alguns pacientes, mas geralmente é usada junto com outros tratamentos; como a quimioterapia, terapias biológicas ou imunes, radioterapia e terapia hormonal. O termo adjuvância ou neoadjuvância se refere ao momento em que essas terapias complementares são realizadas. Se antes da cirurgia, chamamos de terapia neoadjuvante (quimioterapia ou radioterapia, por exemplo), se realizadas após a cirurgia, seria uma terapia adjuvante.           

Assim como em outras doenças, as técnicas de cirurgia minimamente invasivas, seja por videolaparoscopia ou cirurgia robótica, são também modalidades que têm grande importância no tratamento mais moderno do câncer. Estas técnicas mais atuais permitem uma recuperação pós-operatória mais rápida, com incisões menores, menos dor, além da superioridade estética (com cicatrizes menores), porém mantendo a mesma segurança e eficácia.

Câncer de Esôfago

No Brasil, o câncer de esôfago (tubo que liga a garganta ao estômago) é o sexto mais frequente entre os homens e o 15º entre as mulheres. É o oitavo mais frequente no mundo e a incidência em homens é cerca de duas vezes maior do que em mulheres. 

O tipo de câncer de esôfago mais frequente é o carcinoma escamoso, seguido do adenocarcinoma, que vem aumentando bastante, por estar relacionado à doença do refluxo e esofagite. 

Quais os sinais e sintomas do câncer de esôfago?

Em sua fase inicial, o câncer de esôfago não apresenta sinais. Porém, com a progressão da doença, podem surgir sintomas tais como dificuldade ou dor ao engolir, dor retroesternal (atrás do osso do meio do peito), dor no peito, sensação de obstrução à passagem do alimento, náuseas, vômitos e perda do apetite. Na maioria das vezes, a dificuldade de engolir (disfagia) já sinaliza doença em estado avançado.     

Como é feito o diagnóstico dos tumores de esôfago?           

Normalmente, o diagnóstico é feito através da endoscopia digestiva alta, que permite identificar e fotografar o tumor, além de realizar biópsias para confirmação do diagnóstico. Quando o tumor é detectado no início, as chances de cura aumentam muito.  

Como é feito o tratamento?           

De forma geral, o tratamento pode ser feito com cirurgia, radioterapia e quimioterapia, de forma isolada ou combinada, de acordo com o estágio da doença e da condição clínica do paciente. Casos selecionados de tumores iniciais podem ser tratados por retirada durante a endoscopia, sem a necessidade de procedimento cirúrgico formal.           

A cirurgia para o câncer de esôfago consiste na retirada deste órgão com seus respectivos gânglios (linfonodos) e a realização da substituição do esôfago retirado por um tubo feito com o estômago. Habitualmente, este procedimento é feito com duas incisões, sendo elas no abdome e tórax para melhor visualização do cirurgião e retirada do tumor. Atualmente, os centros mais avançados de cirurgia já têm capacidade e eficiência para realizar a cirurgia de forma minimamente invasiva, por laparoscopia ou cirurgia robótica. Mesmo após a retirada do esôfago, com a substituição por um tubo feito com o estômago, o paciente consegue ter uma alimentação pela boca, como antes da cirurgia, sem necessidade de sondas ou catéteres de alimentação.            

Quando a retirada do esôfago não é possível, em casos avançados, podemos oferecer cuidados paliativos como as dilatações com endoscopia, colocação de próteses auto-expansivas (para impedir o estreitamento do esôfago) e braquiterapia (radioterapia com sementes radioativas). 

Fonte: Instituto Nacional do Câncer

Câncer do Estômago

O câncer de estômago também é chamado de câncer gástrico. O tipo adenocarcinoma é responsável por cerca de 95% dos casos de tumor do estômago.            

Outros tipos de tumores, como linfomas e sarcomas, também podem ocorrer no estômago. Os linfomas são diagnosticados em cerca de 3% dos casos. Sarcomas são tumores raros, iniciados nos tecidos que dão origem a músculos, ossos e cartilagens. Um tipo que pode afetar o estômago é o tumor estromal gastrointestinal, mais conhecido como GIST.            

O adenocarcinoma de estômago atinge, em sua maioria, homens por volta dos 60-70 anos. Cerca de 65% dos pacientes têm mais de 50 anos.            

No Brasil, o câncer de estômago é o terceiro tipo mais frequente entre homens e o quinto entre as mulheres.

Quais os sintomas mais comuns do câncer gástrico?

Não há sintomas específicos do câncer de estômago. Porém, alguns sinais, como perda de peso e de apetite, cansaço, sensação de estômago cheio, vômitos, náuseas e desconforto abdominal persistente podem indicar tanto uma doença benigna (úlcera, gastrite, etc.) como um tumor gástrico.           

Sangramentos gástricos não são muito comuns no câncer, entretanto, o vômito com sangue ocorre em cerca de 10% a 15% dos casos. Também podem surgir sangue nas fezes, fezes escurecidas, pastosas e com odor muito forte (indicativo de sangue digerido).        

              

Como é feito o diagnóstico do câncer gástrico?

É feito pela endoscopia digestiva alta. Para realizar esse exame, o paciente recebe sedação e é aplicado anestésico na região da garganta. A seguir, um tubo é introduzido pela boca. A endoscopia digestiva alta permite ao médico visualizar o esôfago e o estômago, além de fazer biópsias (retirada de pequenos fragmentos do tecido). O material da biópsia é enviado a um laboratório para que seja confirmado (ou não) o diagnóstico de tumor maligno e definido qual o tipo de tumor.           

Caso o diagnóstico de câncer gástrico seja confirmado, geralmente é necessária a realização de tomografia computadorizada para avaliar a extensão do tumor.            

Como é o tratamento do câncer de estômago?           

O tratamento do câncer gástrico vai depender do estágio da doença e da presença ou não de metástases, que deve ser avaliada com exames de imagem, como a tomografia. Para verificar o grau de avanço do tumor (estadiamento), observa-se também se ele já está grande e invadindo órgãos ou estruturas próximos a ele. A única forma de cura é através de cirurgia, a qual há décadas vem sido aperfeiçoada para melhores resultados.           

A retirada do estomago pode ser realizada da forma parcial, havendo ainda uma parte preservada, ou pode ser necessário retirar todo o estômago. Importante lembrarmos que mesmo após a retirada completa do estômago, a pessoa mantém ainda sua alimentação de forma rotineira, comendo pela boca, sem necessidade de sondas e dispositivos, porém tendo que se adaptar a uma quantidade geralmente menor de alimento já que a anatomia foi modificada.           

Antigamente, as cirurgias abertas, com cortes maiores, eram as únicas formas possíveis de tratamento. Mais recentemente, com o avanço da cirurgia laparoscópica e atualmente também da cirurgia robótica, o tratamento cirúrgico pode ser feito da forma mais delicada e precisa possível, com menores incisões, menor dor pós-operatória, mais breve recuperação do corpo e retorno rápido à rotina. A avaliação para realização da cirurgia por uma das técnicas minimamente invasivas cabe ao cirurgião, a depender de cada caso.  

Câncer de Pâncreas           

O pâncreas é uma glândula no corpo humano que tem várias funções, dentre elas secreta enzimas e hormônios, auxiliando em nossa digestão e no controle do açúcar no sangue. Dentre as doenças de afetam o pâncreas, duas das mais frequentes são a pancreatite e o diabetes. Mais recentemente, temos visto um aumento de casos de outra doença importante e desafiadora, o câncer de pâncreas.            Infelizmente, o câncer de pâncreas destaca-se por sua alta taxa de mortalidade, sendo bastante agressivo, caso não seja diagnosticado e tratado logo no início. O problema é que o pâncreas é um órgão muito escondido no abdome e os tumores iniciais não apresentam sintomas. Por isso, o diagnóstico é feito muitas vezes quando o tumor já está em fase avançada.           

No Brasil, é responsável por cerca de 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados e por 4% do total de mortes causadas pela doença. É raro antes dos 30 anos e torna-se mais comum a partir de 60 anos. Ocorre de forma mais frequente em homens do que em mulheres.

Quais os sinais e sintomas do câncer de pâncreas?

Os sinais e sintomas do câncer de pâncreas geralmente se apresentam quando o tumor já está mais avançado. As lesões ainda pequenas são encontradas por acaso, em exames de imagem de rotina ou para avaliação de outras doenças. É o que chamamos de achado incidental.

Os sintomas mais frequentes no câncer de pâncreas são:

– Perda de peso importante

– Fraqueza e cansaço geral- Pele e parte branca dos olhos amarelada (icterícia).

– Urina mais escura, como cor de “coca-cola”.

– Perda do apetite

– Diarréia

– Dor nas costas, podendo corresponder ao avanço do câncer na região

Exames como tomografia e ressonância magnética são quase que imprescindíveis para um bom diagnóstico e estudo completo do tumor. Em alguns casos, há necessidade também de exames endoscópicos para melhor detalhamento da região e até biópsia.

Câncer de Vesícula e Via Biliar

O câncer de vesícula e via biliar pode ocorrer dentro do fígado (intra-hepático) ou fora do fígado (extra-hepático). Assim como o tumor de pâncreas, é bastante difícil de diagnosticar e por isso, algumas vezes, pode ser classificado erroneamente como outro tipo de câncer. Esses tumores acometem principalmente idosos, geralmente acima de 70 anos.           

Cerca de 90% dos cânceres de vesícula e via biliar são adenocarcinomas, que se iniciam a partir das células das glândulas mucosas que revestem o interior do órgão. Apenas 20% dos casos de câncer de vesícula e via biliar são diagnosticados no início, antes do tumor se espalhar para outros órgãos. Infelizmente, a maioria desses tumores é diagnosticado em estágio avançado, no momento em que sintomas começam a aparecer.  

Quais os sinais e sintomas desses tumores?

Na grande maioria dos casos, não há sinais e sintomas nos estágios iniciais da doença. Os sintomas costumam surgir quando a via biliar (canal por onde passa a bile) está obstruída. O mais comum é a icterícia (amarelamento da pele e dos olhos), causada pelo aumento dos níveis de bilirrubina no sangue. A bile não consegue passar pelos canais até o intestino e acaba aumentando no sangue. O excesso de bilirrubina pode provocar coceira, fezes claras e urina escura. Quando o tumor já está avançado, pode haver dor abdominal. Outros sintomas são perda de peso, perda do apetite, febre e vômitos.

Como é feito o diagnóstico dos tumores de via biliar?           

O diagnóstico precoce é muito difícil, por causa da localização mais profunda do órgão no corpo. Também não existem exames de rastreamento confiáveis. Em geral, cânceres em estágio inicial são diagnosticados por acaso, quando a vesícula é removida devido a cálculos biliares e analisada após a cirurgia. Por isso, na maioria dos casos, a doença é diagnosticada quando já está avançada e provocando sintomas.

E como é o tratamento dos tumores de via biliar?           

O tratamento mais eficaz para os cânceres de via biliar é a cirurgia, que só é realizada de forma efetiva se o tumor estiver localizado e for diagnosticado ainda no início. Também pode ser necessário a radioterapia e a quimioterapia, de forma isolada ou combinada. Nos casos em que a doença está muito avançada, são aplicados tratamentos paliativos para aliviar os sintomas, como a drenagem da bile para o intestino e controle de alguma infecção.

O tratamento paliativo desses tumores normalmente é feito através de cirurgias realizadas por endoscopia, com colocação de prótese metálicas que empurram o tumor para os lados e permitem a passagem da bile.

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